"A definição desta disciplina recente é
bastante variável, segundo as orientações teóricas e os autores e, como é
evidente, conforme se definem os termos discurso e
texto.
Para alguns autores, a análise do discurso
funda-se no estudo das relações entre o discurso e o seu contexto extraverbal, distanciando-se por isso
daqueles estudos de pragmática que se ocupam
de enunciados descontextualizados.
Para outros autores (Van Dijk, por ex.),
consiste no estudo do “uso real da língua, com locutores
reais, em situações reais”. Este conceito está muito próximo do conceito
predominante na área anglo-norte-americana, na qual se entende por análise do discurso
o estudo da atividade interacional que é a conversação (conversation analysis) e mantendo estreitas relações com a etnometodologia, isto é, com uma abordagem dinâmica e construtivista da ordem social.
Estas orientações privilegiam o estudo dos discursos orais.
Uma orientação relevante e muito influente da
análise do discurso, que tem uma matriz marxista mediada por pensadores como
Bakhtine, Althusser e Foucault, estuda as relações dos dispositivos da enunciação e das práticas discursivas com as
instâncias do poder social, político e ideológico. Nesta perspectiva, que aqui
se adopta, a linguística textual é
considerada como um subdomínio do campo mais vasto da análise do discurso, que
tanto se ocupa do discurso oral como do discurso escrito." - In: DT.